2 de abr. de 2014

Armário

ouvindo: Lana del Rey - Ride


Na confusão da minha vida entorpecida, me deparo com o Armário. O Armário no qual deposito toda a minha subjetividade. Armário branco, polido superficialmente para camuflar a desordem ali aprisionada. 

Armário que foi abrigo de amores, iras e rancores. Armário que era amigo e chorava minhas dores. Armário que compreendia o pseudosser que havia me tornado. Armário que escondia minhas lágrimas para que eu pudesse sorrir.

Armário que foi deus e - de tão cruel - me fez perder a alma e amar o diabo.

Armário que foi túmulo de momentos que meu ego insiste em trazer à tona.

Armário que me (trans)formei. 
Armário que (não) sou eu.

Abarrotado, esse Armário rompeu suas portas para mostrar ao mundo quem sou:
Às vezes fraco, às vezes mesquinho, às vezes um poço de pecados. Em essência, puro amor.


Guilherme Rodrigues Santos

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