10 de nov. de 2014

Publicidade infantil em questão no Brasil¹

O mercado brasileiro voltado para o público infantil cresce a cada ano e, paralelamente, o número de publicidades infantis ascende geometricamente, utilizando-se de todos os métodos disponíveis para induzir as crianças ao consumo. Desde o período ditatorial, a expressão "é proibido proibir" virou lema para diversas questões de âmbito nacional; porém, ao interferir na saúde psico e fisiológica de indivíduos que ainda não possuem discernimento estruturado, as campanhas publicitárias devem ser repensadas e regulamentadas.

Atualmente, no Brasil, não existe uma legislação que regulamente as publicidades direcionadas ao público infanto-juvenil. Apesar disso, existem órgãos públicos e ONGs responsáveis pelo controle destas, porém, esses não são inteiramente eficazes, visto que, constantemente, são encontradas propagandas que abusam  do papel de personagens de desenhos animados e personalidades de relevância para este público, visando o consumo de artigos muitas vezes dispensáveis.²

Em outro aspecto, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), transtornos alimentares como obesidade atingem cerca de 30% das crianças no mundo, número que passa para 62% quando leva-se em conta apenas famílias de classe média ou superior. Ademais, segundo o Instituto de Psicologia Infantil da USP, todos os anos, cerca de 4 mil crianças e adolescentes recebem acompanhamento psicológico para tratamento de compulsão consumista apenas na cidade de São Paulo. Nesse contexto, percebe-se que a motivação desmedida ao consumo acarreta danos graves a saúde física e psicológica destes indivíduos.

Deste modo, faz-se necessária a formulação de legislação que regulamente as campanhas publicitárias destinadas ao público infantil no Brasil, sem extingui-las, de modo que estas não interfiram negativamente nos seus receptores. Paralelamente, deve-se investir na educação familiar e escolar destas crianças referente ao consumo sustentável, pois, se para Monteiro Lobato um país é feito de homens e livros, somente investindo nas salas de aula será possível obter a uma sociedade de consumidores conscientes.³


¹minha redação no ENEM deste ano não teve título. 
²Alterei algumas coisas neste parágrafo na hora de passar para a folha definitiva da redação, porém, no momento não lembro das alterações.
³O parágrafo de conclusão eu fiz na folha de rascunho que teve que ser devolvida ao final da prova, então, o que postei aqui foi apenas semelhante ao que fiz na prova, não exato.


Guilherme Rodrigues Santos

2 comentários:

  1. Consumismo infantil: a regressão social
    Segundo Hobbes, “o homem é o lobo do próprio homem”. Sendo assim, com o consumismo infantil descontrolado da contemporaneidade, se fazem necessárias intervenções estatais para regulamentação da publicidade- tal ramo enfatizando de modo exacerbado o público infantil.
    Atualmente, a influência midiática é evidente. Se aproveitando de tal conhecimento as plataformas publicitárias apostam no público mais influenciável, as crianças. Usam de cores e personagens, dentre outros artifícios, para a venda de produtos.
    De maneira crítica, ONGs de defesa dos direitos das crianças, evidenciam possíveis conseqüências sociais, tais como: adultização precoce, arbitrariedade de estereótipos e inaptidão da criticidade. Tais órgãos lutam para que a geração em desenvolvimento não se torne resultado da atual publicidade infantil.
    No Brasil, não há leis que regulamentem o mercado publicitário, o que preocupa. Denota-se aqui, a existência de um público altamente consumidor, tornando a adultização precoce uma característica marcante da sociedade brasileira contemporânea.
    Desse modo, os pais como educadores primários, devem impor estratégias como a busca de lazer e passeios a lugares exteriores ao lar, buscar brincadeiras que desenvolvam o intelecto, entre outras. O Estado, como garantidor de direitos, regulamentar leis que limitam a publicidade infantil. Por fim, a sociedade de maneira geral, usar da criticidade para com os meios midiáticos, resultando assim, numa sociedade moralmente ética e livre da influência publicitária.



    Essa foi a minha, acredito que você deva ter obtido uma excelente nota, abraço. :D

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