Era um garoto mórbido, arrastado pelo vento para novos horizontes.
Havia se libertado como um belo pássaro se livra da gaiola que o impede de voar. Mas essa liberdade tão clamada e adorada por tantos, não era o verdadeiro desejo de sua alma.
Suas noites tornaram-se cada vez mais escuras. Entregue ao relento, seu desejo pelo próprio sangue era sopitante. Morrer parecia a única solução para uma vida em paz.
Cogitou retroceder, mas já não era possível, o passado já havia se desfeito, tornou-se impossível ler os primeiros versos de sua história. Certo do seu dilema existencial, clamava aos céus que o deixasse encontrar a paz divina, mesmo que sucinta, num final de tarde sem sol.
E foi assim que conheceu o inferno: tentando ser livre.
Guilherme Rodrigues Santos
Guilherme, 20 anos, moro em Belo Horizonte e estudo medicina na UFMG. Me incomoda a forma como algumas pessoas vão levando a vida sem paixão, sem comprometimento com o outro.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos, fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. E eu gosto de mim, mas não é muito confortável ser eu.
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