8 de nov. de 2013

Uma carta para ninguém

Olá, como vai você? 

Eu estou péssimo. Mal para caralho. Preciso desabafar. 

Você já se sentiu como se o mundo fosse te engolir, como se tudo o que você fez até hoje fosse tão insignificante quanto você? Pois eu não me sinto assim. Eu me sinto vazio. Sem sentimento. Gélido. Uma rocha. 

Você deve me achar louco, mais um que se perdeu pelas desilusões amorosas. Mas ser louco é muito para mim, ser louco exige muito mais do que meu ego pode oferecer... e amar??? Ah, o amor! O amor não existe. Pura utopia criada por essa sociedade masoquista. O amor nada mais é do que sexo. Sexo nada mais é do que prazer. E vocês, humanos cheios de falsos moralismos, não querem nada além de prazer individual. O amor que vocês tanto idolatram, dura menos que um orgasmo. 

Sim, talvez eu tenha me tornado uma pessoa viciada em solidão. Mas nada, ouça bem, na-da, edifica tanto a alma quanto a solidão. Volte-se para dentro de si e verás que digo a verdade. A essência humana é tão bela e espetacular quanto a aurora boreal. Então, por que vivermos nessa imundice?

Transformemo-nos naquilo que realmente somos: humanos. A obra-prima do artista-mor. A personagem principal de sua própria trama. O ápice de toda criação. Busquemos o amor numa jornada infindável, para que, ao chegarmos ao fim de nossa jornada, possamos nos orgulhar de ter tentado amar. 

Meu querido destinatário, não se preocupe, eu vou ficar bem. Ou talvez continue atordoado. Mas, um dia ei de dar paz à essa minha atormentada alma.

Guilherme Rodrigues Santos

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