24 de mar. de 2014

À Lua, todo meu amor

Começo este texto sem saber aonde vou chegar, só tenho necessidade de escrever um pouco de mim. Talvez as palavras sejam falhas ou agitadas ou carentes e até mesmo desesperadas. É que desta vez, só desta vez - prometo -, vou escrever sem filtrar emoções por conveniência. 

Você apareceu para mim quando eu não conseguia olhar para outras dimensões além da interna. Queria tudo para mim e fazia de tudo por mim. Sem falsa solidariedade e compaixão. Nada e ninguém era mais importante que meu sucesso. Eu havia construído uma verdadeira muralha contra qualquer sentimento que pudesse me tornar frágil e suscetível ao fracasso.

Então, seus lábios tocaram os meus e a muralha que construí desmoronou. Pude sentir então, uma parte de mim que ainda não conhecia. Você se mostrou para mim e, em ti, me encontrei. 

Com minha respiração ofegante e teu coração pulsando com uma força que nunca havia sentido em outro, contemplei a infinitude. Me tornei completo. O universo em mim; eu, toda a energia do big bang explodindo. Abstração pura, eu sei. 

Todas as noites, com a Lua, você vem iluminar meus olhos, afugentar meus medos e cativar meus sonhos. E quando o sol se faz à minha janela, o seu corpo já não está colado ao meu. E eu tento fingir que consigo viver sem você, mas já não sei. Sua ausência me incomoda. 

E é por isso que eu só quero a Lua. E é por isso que só quero você. E é por isso que te peço, fica.

Fica.
Pode ir, mas vá de corpo.
Deixa a alma.
Deixa o coração. Fica no coração.
Fica na abstração. 
Fica com a Lua. Não se vá com o sol.
Fica comigo.
Fica.

À Lua... e a você, todo o meu amor.


Guilherme Rodrigues Santos

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