11 de nov. de 2013

Entre o Oito e o Oitenta


A contemporaneidade exige do ser humano uma gama intelectual cada vez mais significativa. Constantemente, estamos sujeitos a um fluxo intenso de informações que propicia uma inconstância entre o conhecimento e a alienação. Mas, afinal, é possível distinguir as duas faces desse paradigma, de modo a sucumbirmos a ignorância e mantermo-nos constantes no conhecimento?

Desde que o ser humano se tornou um ser sociável, os conflitos pela detenção do saber existem. É perceptível, cotidianamente, a complexa rede informativa a qual estamos inseridos, conquanto existem veículos de mídia e personalidades influentes no contexto social que se empenham em alienar parcela da sociedade para que, tornando-os ignorantes, sejam manipulados facilmente. 

Recentemente, aprovou-se na Comissão de Direitos Humanos o projeto de “cura gay”, que evidencia a potencial capacidade de governantes ignorantes, eleitos por uma população desprovida de senso crítico, em contestar estudos psico-científicos mundiais, vigentes no Brasil há 30 anos, que chegaram a conclusão categórica de que a homossexualidade é uma característica fenótipa e não um distúrbio, assim dispensando qualquer tipo de “cura”. Desse modo, nota-se que a própria razão está sujeita ao atrevimento da ignorância. 

Percebe-se assim que é complexo o trabalho de seleção e síntese de informações e que estas, se empregadas fora da luz da razão, tornam-se extremamente perigosas, visto que podem causar mudanças catastróficas no cenário nacional e mundial. 

Assim, devemos, como Sócrates, perceber que “só sei que nada sei”, buscando estabelecer um padrão informacional no qual todo tipo de informação seja sintetizada, buscando conhecer sua fonte, veracidade, contexto ao qual está inserido, explorando todas as suas características para que, então, possamos compreender o que existe entre o oito e o oitenta. 


Guilherme Rodrigues Santos

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