
"Shelter" é um filme norte-americano de Jonah Markowitz que recebeu a tradução de "De Repente, Califórnia" no Brasil, apesar de sua tradução literal - refúgio - definir perfeitamente o que se pretende mostrar com esta produção.
Como personagem principal, temos Zach (Trevor Wright), que é extremamente apegado à família e apaixonado pelo seu sobrinho Cody (Jackson Wurth). Ele é órfão de mãe, tendo em casa um pai ausente e uma irmã, Jeanne (Tina Holmes), mãe de Cody, que quando não está trabalhando, está namorando, bebendo ou transando. Assim, toda a responsabilidade da criação de Cody cai sobre Zach, que abre mão de diversos objetivos, inclusive da sua paixão pelos desenhos, para estar com o sobrinho.
Heterossexual até então, Zach começa a se envolver com Shaun (Brad Rowe) que compartilha com ele a paixão pelo surf e pelas artes. O filme tem fotografias belíssimas da relação dos dois, transmitindo-nos as emoções de cada momento do casal, sejam nos abraços de tristeza ou naqueles de tremenda felicidade.
A partir do momento que Zach e Shaun formam um casal, o primeiro passa a se deparar com o preconceito de Jeanne, fundamentado principalmente no seu medo de ser abandonada pelo irmão, ao passe que ele descobria sua sexualidade e se relacionava com alguém do mesmo sexo.
O filme trata também da concepção de uma família não-tradicional, constituída por um casal gay, contrapondo-se à uma família desestruturada heterossexual, sendo extremamente reflexivo, principalmente para o rompimento de certos preconceitos hétero-normativos.
Além disso, temos o tema amizade muito bem trabalho: o medo do casal em ser rejeitado pelo melhor amigo de Zach, Gabe (Ross Thomas), que é irmão de Shaun, faz com que o casal esconda-se e passe por momentos embaraçosos, porém, ao descobrir sobre a sexualidade do amigo, Gabe o acolhe e mostra que as amizades são indispensáveis para a segurança emocional do homossexual ao se deparar com a tão complicada saída do armário.
Todos esses temas são tratados com muita beleza, realismo e sensibilidade em todo o desenrolar do filme, fazendo com que sua 1 hora e meia de duração passe voando; além de torná-lo uma produção que você, definitivamente, precisa assistir.
Guilherme, 20 anos, moro em Belo Horizonte e estudo medicina na UFMG. Me incomoda a forma como algumas pessoas vão levando a vida sem paixão, sem comprometimento com o outro.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos, fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. E eu gosto de mim, mas não é muito confortável ser eu.
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