Andando pela plataforma do metrô, você me olhou e percebi que eu seria seu de alguma forma. Teu olhar de milésimos de segundo me fez queimar como se queima a pele no gelo. O domínio que você exerceu em mim involuntariamente é algo que eu ainda tento entender, cinquenta e sete semanas após te encontrar pela primeira vez.
Eu sabia que seria seu. E achava que você acabaria se tornando meu, assim como um cão acha que possui seu dono. Mas você já tinha dono.
E eu sei que sempre serei sua segunda opção. E isso me desestrutura completamente. Mas eu também sei que, por mais que eu tente seguir em frente, acabo voltando para os pés da tua cama como um cachorro manso todas as noites. Imploro pela tua ração, pelo teu sexo e no fim, você diz sai. Eu saio.
À sua porta, aguardo. Protejo. Permaneço. É que eu gosto de ser seu cão.
À sua porta, aguardo. Protejo. Permaneço. É que eu gosto de ser seu cão.
Guilherme Rodrigues Santos
Guilherme, 20 anos, moro em Belo Horizonte e estudo medicina na UFMG. Me incomoda a forma como algumas pessoas vão levando a vida sem paixão, sem comprometimento com o outro.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos, fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. E eu gosto de mim, mas não é muito confortável ser eu.
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